Dalva e Dito

Este é o novo empreendimento do chef Alex Atala em parceria com o chef Alain Poletto.
A fachada do restaurante é discreta e não possui o nome da casa na entrada (exceto num banco de pedra - que não é possível enxergar quando passamos de carro) - pensamos no Kassab.
Chegamos cedo e resolvemos aguardar uma amiga no bar, no andar inferior. Com celular na mão, caso ela ligasse, percebemos que não havia sinal no recinto. O garçon disse que celular só tinha sinal até as escadas do bar. A decoração do bar era baseada em temas brasileiros, com muita madeira. As luminárias da grande mesa central recordaram as lojas de lustres da rua da Consolação.




Lemos o menu do bar e escolhemos o Sandwich de pernil (o pão um pouco crocante demais, mas estava bom - ainda perde de longe para o pernil do Estadão, fatiado pelo Amaral).


Pedimos a Carta para dar uma olhadinha enquanto esperávamos F.
A Carta de vinhos demorou uns 15 minutos para chegar no bar, mas a sua montagem nos deixou felizes, repleta de vinhos nacionais. Apesar de não sermos cegos defensores dos vinhos nacionais, achamos condizente com o tema do restaurante.

No restaurante (pé direito alto), sentamos em uma mesa ao lado da parede de vidro da cozinha.
O Couvert composto por pasta de feijão preto, manteiga Aviação, berinjela com jiló, uma pastinha defumada e pães (milho e Campagne) estava bom.
O garçon veio nos mostrar a Carta de vinhos. Rimos "por dentro" - no bar ela demorou tanto a chegar e na mesa, veio antes do Menu.


Pedimos dois pratos: a Sela de cordeiro (descrita para duas pessoas) e a Galinha d'Angola (descrita para duas pessoas) acompanhadas por Batatas e Ratatouille do Sertão. Imaginamos que se não pedíssemos entrada, seria a quantidade certa para três comensais. Nos enganamos, serviria quatro comensais.
A Sela de cordeiro estava perfeita, no ponto certo (mal passada), macia, saborosa e com gordura dourada. Acompanhada pelas Batatinhas sem graça e com preço alto em relação à quantidade servida (umas 7 unidades cortadas ao meio).



A Galinha d'Angola chegou em uma panela com a tampa lacrada (massa de farinha) que ao abrir, surpreendeu até mesmo o garçon (que disse: Grande, né?!). Foi trinchada perfeitamente no guéridon e servida com demi-glace (assim como a Sela). Estava saborosa e tenra. Guarnecida pelo Ratatouille do Sertão, que estava al dente, mas que me deixou um pouco decepcionada (achei que teria sabor mais intenso).

Acompanhamos o jantar com Angheben Barbera 2007.
A sobremesas ficaram para outra ocasião.
Nossa amiga F. ficou estarrecida ao observar uma das cozinheiras no fogão. Com a mesma reluzente colher, ela degustava (os molhos e arroz) e cozinhava. Limpava no pano à cintura e guardava no bolso lateral da dolman. OK, sabemos que isto ocorre em todos os restaurantes, mas observar tudo isso através da parede de vidro é outra história. Ainda bem que F. só reparou no detalhe após a refeição.

Postado por Marcel Miwa e Nina Moori.

Comentários

Leo Gonçalves disse…
Achei a galinha mais bonita que a sela, apesar de adorar cordeiro. O nome do Alex por trás de um restaurante pressupõe perfeição, e as pessoas acabam se deparando com um restaurante "de verdade". O mesmo acontece com o DOM. Nem todas as invenções dele agradam. Mesmo assim acho que ainda preciso ir conhecer.
Anônimo disse…
Vocês generalizaram. Não é possível que a maioria dos restaurantes de alta gastronomia tenham funcionários na cozinha que se comportam assim (caso da colher).
Leo, a Sela e aves valem a pena!

Anônimo,
É muito mais comum que imagina.

abs,
N.
Simone Izumi disse…
nina...que engraçado, realmente me lembrou a loja de lustres yamamura!
li numa reportagem que o alain poletto foi no estadão comer o sanduiche de pernil para fazer um sanduba tão bom quanto...rss...e aliás, esse restaurante é praticamente dele,né?desde a escolha do guardanapo, elaboraçao de pratos...e méritos e desméritos...
achei engraçada a reaçao do garçom ao abrir a panela da galinha...kkkkkk...
bjao
si
Anônimo disse…
Resumindo : vocês voltariam lá?
Abs.
O serviço do salão é bacana. Acho que uns quatro garçons vem à mesa para fazer o serviço das carnes e aves.
Voltaria ao restaurante sim. Mas sem comidinhas de bar e sem guarnição.

bjos,
N.
Anônimo disse…
Boas dicas prá quem tá pensando em ir...
bjs
Andréa
Rosane Vargas disse…
Eu moro em outro estado e acho que, se fosse a SP, daria preferência a outros lugares. De qualquer forma, é muito bom ler um comentário honesto e sem compromisso sobre o lugar, que já estava sendo incensado antes mesmo de abrir, como se o nome o Atala, por si só, garantisse medalha de ouro em todos os quesitos.
Parabéns!
Rosane,
As carnes são ótimas e valem a pena. Quanto as guarnições, acho que não tivemos a mesma sorte.
De qualquer forma, acho que vale uma visita a casa.

bjos,
N.M.
Bruna disse…
Eu fiz Gastronomia no Senac, já trabalhei em diversas cozinhas e a que eu atualmente trabalho é de vidro. O ato comentado é totalmente anti-higiênico, acontece em BOA parte das cozinhas, mas NÃO pela parte de todos. Em uma cozinha de vidro esses e muitos outros comportamentos devem ser evitados.
Eu acho vocês muito críticos ao comentar sobre os pratos aqui. Isso afasta o público dos restaurantes. Eu, quando leio uma crítica ruim como essa, certamente não vou ao restaurante. Como no caso do Roux Bistrô. Eu já fui lá, e ao ler o seu post, fiquei até revoltada! Quando fui, estava tudo perfeito. Aliás, boa parte das críticas é questão de gosto PESSOAL. Como o Ratatouille do Sertão. Se a galinha d'angola tem sabor mais forte, obviamente o acompanhamento terá que ser mais suave.
Bom, é só isso. Sejam um pouco menos críticos, mais pertinentes e apreciem a comida... nos esforçamos para que o cliente sinta prazer em comer.
Beijos e bom apetite!
Bruna disse…
Eu fiz Gastronomia no Senac, já trabalhei em diversas cozinhas e a que eu atualmente trabalho é de vidro. O ato comentado é totalmente anti-higiênico, acontece em BOA parte das cozinhas, mas NÃO pela parte de todos. Em uma cozinha de vidro esses e muitos outros comportamentos devem ser evitados.
Eu acho vocês muito críticos ao comentar sobre os pratos aqui. Isso afasta o público dos restaurantes. Eu, quando leio uma crítica ruim como essa, certamente não vou ao restaurante. Como no caso do Roux Bistrô. Eu já fui lá, e ao ler o seu post, fiquei até revoltada! Quando fui, estava tudo perfeito. Aliás, boa parte das críticas é questão de gosto PESSOAL. Como o Ratatouille do Sertão. Se a galinha d'angola tem sabor mais forte, obviamente o acompanhamento terá que ser mais suave.
Bom, é só isso. Sejam um pouco menos críticos, mais pertinentes e apreciem a comida... nos esforçamos para que o cliente sinta prazer em comer.
Beijos e bom apetite!
Bruna,

Tem toda a razão!
Sempre achei que estava nítido que tudo que publicamos no Gourmandise era fruto de nossas (vide - pessoais) experiências.
Adorei a Galinha d'Angola do Dalva e Dito, pena que não está mais no menu. Pena mesmo.
Creio que talvez as críticas chamem mais atenção que os elogios. Mas, neste post, elogiamos mais que criticamos.
Quanto ao Roux Bistrot, quando reservei, a atendente disse disse que o menu de dia dos namorados era outro. Tive uma estranha surpresa ao constatar que era completamente diferente somente na hora. E risotto, não pode-se mais errar, não é?


att,
N.

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